Culto Religioso

História


A Igreja da Misericórdia de Évora foi começada a construir em 20 de Outubro de 1554. É uma inquestionável afirmação arquitectónica do renascimento, com marca de transição para o Maneirismo.

De nobre perfil clássico, atribui-se a sua traça ao arquitecto Manuel Pires, mestre das obras do Cardeal D. Henrique e Arcebispo de Évora.

A frontaria foi reconstruída em 1775 por mãos do pedreiro de Vila Viçosa Gregório das Neves. O pórtico, em mármore branco de Estremoz é encimado pelo escudo nacional.

Ainda na fachada principal destaque para a janela do coro, de secção rectangular, harmoniosamente rasgada sobre o centro do frontão.
Contudo, é no interior do espaço sagrado que a linguagem decorativa barroca se concretiza em pleno, através do exuberante diálogo de luz e cor entre a talha dourada, as magnificas telas e a rica decoração azulejar.

Ao nível do primeiro registo, a nave encontra-se coberta de uma belíssima decoração azulejar de 1715, da autoria da oficina lisboeta de António de Oliveira Bernardes. Esta série de azulejos historiados em esmalte branco com decoração a azul, é composto por sete paineis representando as Obras de Misericórdia e afirma-se como um dos mais importantes conjuntos azulejares produzidos pela oficina daquele mestre, tendo a sua colocação sido da responsabilidade do empreiteiro Manuel Borges, encontrando-se já terminado em 1716.

Ao nível do segundo registo, a nave é percorrida por um grupo de sete telas barrocas da autoria do pintor eborense Francisco Xavier de Castro. O altar-mor tem um retábulo do Estilo Nacional, de oficina eborense do início do século XVIII, de notável de lavor, que se prolonga aos colaterais. Ao centro, sobre uma duas colunas pseudo-salomónicas assentes em mísulas são sustentadas por atlantes. In 'Património Cultural, DGPC'

Considerada um imóvel de interesse público decretada por Decreto do Governo n.º 31/83 de 9 de Maio de 1983, a Igreja da Misericórdia poderá ser considerado o cartão de visita desta instituição na medida em que enquanto espaço físico da Santa Casa da Misericórdia de Évora, destaca-se dos restantes pela riqueza histórica, arquitetónica, artística e cultural, bem como pela sua capacidade intrínseca de explicar a origem das misericórdias através dos painéis, quadros e símbolos que representam as obras da misericórdia.

Culto


É na da Igreja da Misericórdia que se desenvolve uma importante missão da Santa Casa da Misericórdia – o Culto. O culto é realizado através de diversas formas, sendo as mais relevantes a Procissão do Senhor-morto, a cerimónia de lava-pés e as missas de irmãos

PROCISSÃO DO ENTERRO DO SENHOR
Anualmente realiza-se a procissão do Enterro do Senhor ou “procissão do Senhor-Morto”, na noite de sexta-feira Santa e que tem inicio na Igreja do Calvário terminando igreja da Misericórdia.

A Sexta-Feira Santa, ou “Sexta-Feira da Paixão”, é a Sexta-Feira antes do Domingo de Páscoa. É a data em que os cristãos lembram o julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura de Jesus Cristo.

A Santa Casa da Misericórdia de Évora, em conjunto com a Arquidiocese de Évora, organiza todos os anos a Procissão do Senhor Morto, um evento nocturno emocionante, durante o qual predomina o silêncio e a luz das tochas e das velas, que os fiéis transportam. O Senhor segue morto num caixão, sendo acompanhado por mais dois andores - Nossa Senhora e São João de Deus. A procissão em que participam fieis, irmãos da misericórdia, turistas e moradores da cidade, é presidida pelo Sr. Arcebispo, e acompanhada pelos demais clérigos presentes, por diversas irmandades - cavaleiros das Ordens Soberana de Malta e do Santo Sepulcro de Jerusalém, Capitulares da Sé e autoridades e pelos mesários da Santa Casa, trajados a rigor com as "opas" típicas da irmandade.

Esta importante procissão tem relevância comprovada na dinâmica cultural da cidade. São cada vez mais os Eborenses e Turistas que se juntam ao evento, apreciando a cultura religiosa portuguesa numa das suas expressões mais religiosas.


Cerimónia Lava-Pés

A cerimónia de Lava-pés é um rito religioso baseado no relato de João 13:1-17, que menciona Jesus realizando-a durante a Última Ceia. Esta cerimónia é realizada na Quinta-Feira Santa da Semana Santa.

Neste dia a Igreja deve estar decorada com flores brancas, devendo dominar ao centro um cesto com espigas, uvas e pão.

No momento, bonito e pleno de significado, poderão ver-se mesários (membros da mesa administrativa) a lavaram simbolicamente os pés aos utentes dos nossos Lares.



Missas

O padre Celebrante é habitualmente o Sr. Padre Paulo Cordovil, que celebra mensalmente missas vespertinas (missa dominical antecipada ao sábado) e missas de irmãos. No mês de Setembro realizaram-se 22 missas de irmãos, ao passo que em Julho se realizaram 11. Em média e considerando o ano de 2014 realizam-se mensalmente cerca de 12 missas.